Vila Bela da Santíssima Trindade - Primeira Capital de Mato Grosso
Parte II
Conhecida como a cidade do ouro, das ruínas e das negras finas, Vila Bela da Santíssima Trindade, é fruto do sonho do Capitão General Dom Antônio Rolim de Moura, que em 19 de março de 1752, fundou a primeira capital de Mato Grosso, antes denominada Pouso Alegre.
Cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade em Mato Grosso
História da Cidade:
Fonte do texto: mt.gov.br
Parte II
Conhecida como a cidade do ouro, das ruínas e das negras finas, Vila Bela da Santíssima Trindade, é fruto do sonho do Capitão General Dom Antônio Rolim de Moura, que em 19 de março de 1752, fundou a primeira capital de Mato Grosso, antes denominada Pouso Alegre.
Cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade em Mato Grosso
História da Cidade:
Antes
desse período, ainda estava em vigor o Tratado de Tordesilhas, e toda
conquista empreendida pelos bandeirantes poderia passar a pertencer,
legalmente, à Espanha. Assim, tornava-se urgente a fixação de um novo
Tratado que o substituísse: o Tratado de Madri, firmado entre Portugal e
Espanha, no ano de 1750, o qual veio demarcar novas fronteiras.Diante
desse cenário, tratou Portugal de garantir o povoamento daquela região,
especialmente na parte relativa à zona do rio Guaporé. Assim em 1748,
foi criada uma nova capitania, a de Mato Grosso, desmembrada da
capitania paulista.
Dom
Antônio Rolim de Moura, de posse com a Carta Régia de D. João V,
enviada de Lisboa, para fundar a sede administrativa da nova província
de Mato Grosso, veio ao Brasil para desempenhar tal incumbência .
E Vila Bela, no extremo oeste do Estado, foi escolhida para ser a capital.
Levou-se
em conta o seu ponto estratégico, seu relevo plano era apropriado para
uma boa defesa militar, novas jazidas aurífera eram descobertas, o rio
Guaporé, favorecia o acesso fluvial com diferentes países pelo Oceano
Pacífico. Próxima do Paraguai e do Peru, Vila Bela, despertava cobiça
tanto dos Espanhóis como dos Portugueses.
Essa
negra cidade serviria para estabelecer divisas e garantir a retirado do
ouro que ali era encontrado em abundância. Mas o grande problema era
como abastecer a nova capital, já que os produtos vindos da Capitania de
São Paulo ficariam muito caros, tendo em vista o percurso a ser
percorrido.
A solução foi a criação da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, que com sede em Belém, atingiria a região guaporeana navegando pelos rios componentes da Bacia Amazônica - Amazonas, Madeira e Guaporé. Por ali entravam, alimentos, roupas, instrumentos de trabalho e escravos africanos.
A solução foi a criação da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, que com sede em Belém, atingiria a região guaporeana navegando pelos rios componentes da Bacia Amazônica - Amazonas, Madeira e Guaporé. Por ali entravam, alimentos, roupas, instrumentos de trabalho e escravos africanos.
Viu-se
que todo o Plano de Villa Bella de Mato Grosso, veio de Portugal, com
suas linhas bem traçadas, onde fora planejado a construção da Igreja
Matriz, dos jardins suspensos, do Palácio dos Capitães Generais, onde
hoje se localiza a Prefeitura Municipal; a Provedoria da Fazenda,
responsável pela parte financeira e fiscal; a Ouvidoria, a quem cabia
tratar da Justiça; os seus fortes, fortalezas e prisões, que serviriam
de pontos estratégicos de defesa do território; a Casa de Fundição, o
quartel, a câmara, o cemitério, os oratórios e santos em madeira,
datados do século XVIII, também de lá foram trazidos.
Como
pano de fundo, lá está ela, a Serra Ricardo Franco, chapadões,
montanhas, cortadas por diversas cachoeiras, algumas com até 218 metros,
como a do Jatobá, considerada a maior do Mato Grosso. Por trilhas
estreitas, chega-se à Cascata dos Namorados, uma cachoeira com cerca de
80 metros, onde o seu véu cria verdadeira caverna, cuja entrada se abre
diante de um lago de águas claras. Mais adiante, podemos encontrar uma
outra cachoeira, bem menor, a Cascatinha, entre altas copas de árvores .
Entre
a Serra e a Vila, encontra-se o Rio Guaporé, com suas águas límpidas,
seus aguapés lentos e vegetação exuberante, correndo bondoso para o
Norte. Nele convivem botos , matrinchãs, cacharas, pintados, pacús,
tucunarés...Com o correr do tempo, observou-se que toda a beleza do
Guaporé, o qual encantara Dom Antônio Rolim de Moura, era também motivo
de desesperança.
No seu período de cheia, grandes plantações eram destruídas, as doenças tropicais da Amazônia, como a malária e o maculo dizimava a população, e quem mais sofria com tudo isso eram os negros escravos, trazidos para atender a cobiça dos europeus. Morriam sem qualquer assistência e os que resistiam, curta era a sua longevidade.
No seu período de cheia, grandes plantações eram destruídas, as doenças tropicais da Amazônia, como a malária e o maculo dizimava a população, e quem mais sofria com tudo isso eram os negros escravos, trazidos para atender a cobiça dos europeus. Morriam sem qualquer assistência e os que resistiam, curta era a sua longevidade.
Mas,
Vila Bela da Santíssima Trindade, foi resistente, foi desbravada,
edificada, cultivada. Suas grandes construções em pedra canga foi fruto
da saga e tenacidade de um povo que não esmoreceu-se, que lutou e luta
até hoje para sobrevier e expressar o seu direito de ser negra.
Aos
negros que para lá foram levados negou-se tudo, inclusive o seu próprio
patronímico de origem, os quais foram atribuídos conforme a ligação de
cada família na comunidade, como por exemplo a família Profeta da Cruz, a
família Bispo, que eram negros que serviam e servem até hoje a igreja
católica.
Fonte do texto: mt.gov.br
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