Proposta prevê a incorporação de municípios com menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da receita total a cidades vizinhas.
Dos 141 municípios de Mato Grosso, 34 têm menos de cinco mil habitantes e podem ser impactados com as mudanças no pacto federativo propostas em uma das três PECs - Propostas de Emenda Constitucional - enviadas nesta terça-feira (5) pelo governo ao Congresso.
A proposta de mudança no chamado "pacto federativo" – o conjunto de regras constitucionais que determina a arrecadação de recursos e os campos de atuação de União, estados e municípios e suas obrigações para com os contribuintes - foi divulgada hoje pelo governo federal.
A proposta prevê a extinção de municípios com menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da receita total, a partir da incorporação a municípios vizinhos. Ao todo, em todo o Brasil, há, atualmente, 1.254 municípios que se encaixam nos critérios para as mudanças propostas.
Veja os municípios com menos de 5 mil habitantes:
- Araguainha
- Araguaiana
- Canabrava do Norte
- Conquista D’Oeste
- Figueirópolis
- Gloria D’Oeste
- Indiavai
- Itauba
- Luciara
- Nova Brasilandia
- Nova Guarita
- Nova Marilandia
- Nova Nazaré
- Nova Santa Helena
- Novo Horizonte do Norte
- Novo Santo Antonio
- Planalto da Serra
- Ponte Branca
- Porto Estrela
- Reserva do Cabaçal
- Ribeirãozinho
- Rondolandia
- Salto do Ceu
- Santa Carmem
- Santa Cruz do Xingu
- Santa Rita do Trivelato
- Santo Afonso
- São Jose do Povo
- São Pedro da Cipa
- Serra Nova Dourada
- Tesouro
- Torixoreu
- União do Sul
- Vale de São Domingos
O QUE PREVÊ A PEC DO PACTO FEDERATIVO
- Cria o Conselho Fiscal da República que se reunirá a cada três meses para avaliar a situação fiscal da União, estados e municípios. O conselho será formado pelos presidente da República, Câmara, Senado, Supremo Tribunal Federal (STF), Tribunal de Contas da União (TCU), governadores e prefeitos;
- Extingue o Plano Plurianual (PPA);
- Leis e decisões judiciais que criam despesas só terão eficácia quando houver previsão no orçamento;
- Os benefícios tributários serão reavaliados a cada 4 anos. No âmbito federal eles não poderão ultrapassar 2% do PIB a partir de 2026;
- A partir de 2026, a União só será fiadora (concederá garantias) a empréstimos de estados e municípios com organismos internacionais, e não mais com bancos;
- Prevê a transferência de royalties e participações especiais a todos estados e municípios;
- União fica proibida de socorrer com crédito entes com dificuldades fiscal-financeiras a partir de 2026;
- Estados e municípios passarão a receber toda a arrecadação de salário-educação e a definir o uso dos recursos;
- Permite que o gestor administre conjuntamente os gastos mínimos em educação e saúde, podendo compensar um gasto de uma área na outra;
- Cria o Estado de Emergência Fiscal que vai desindexar despesas obrigatórias e cria mecanismos automáticos de redução de gastos.
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